Os Intelectuais "Nunca" Têm Culpa
Autor: João Americano (João Felipe C. S.)
A análise da sociedade brasileira moderna frequentemente aponta para uma crise de valores morais e um aumento da violência. Nesse contexto, os intelectuais são frequentemente vistos como testemunhas e como críticos e salvadores dessa época. Na verdade, é preciso questionar completamente o papel que essa classe acadêmica desempenha na formação das ideias, opiniões e comportamentos da sociedade. Eles são perigosos.
Os intelectuais, historicamente, tem sido os principais agentes de mudança cultural e social em muitos países. Em vez de buscar soluções criativas e corretas, muitos intelectuais parecem se contentar em apontar dedos e criticar a realidade ignorando-a. Essa postura de vitimização é uma jogada para criar um clima de ignorância e ceticismo, que se acaba por ser refletido na moral coletiva.
A ditadura militar é frequentemente citada como um divisor de águas na vida intelectual brasileira. Embora tenha causado traumas reais e fortes, a superação desses desafios não deveria depender apenas da mudança de governo. A verdadeira questão é por que muitos intelectuais não conseguiram encontrar novas formas de expressão que transcendam a política e proponham um futuro positivo e novo. O medo e a repressão gerados pelo regime não podem ser utilizados como uma desculpa eterna para a falta de inovação e reflexão crítica na nossa sociedade brasileira.
Além disso, é notável como certos valores, que antes eram sustentados por intelectuais, começaram a ser deturpados ou mesmo abandonados. O desprezo por valores familiares e morais pode ser visto como uma resposta a um ambiente opressivo, mas também reflete uma falha em construir uma narrativa que celebre o que é bom e positivo na sociedade. Quando a crítica se transforma em uma ideologia de negação, a cultura se torna um terreno estéril, incapaz de cultivar boas gerações.
A terrível relação entre a intelectualidade e a produção cultural. A cultura, em sua essência, deve ser um reflexo das aspirações e experiências humanas. No entanto, quando intelectuais se afastam de uma abordagem que busca entender e valorizar a complexidade da vida, acabam contribuindo para um vácuo cultural que leva centenas de milhares de pessoas à alienação. A arte e a literatura, que deveriam servir como um meio de conectar e elevar a sociedade, muitas vezes se tornam meros veículos de alienação e doutrinação.
Deve ser fundamental que os intelectuais assumam a responsabilidade por sua influência na sociedade. Em vez de se colocarem no papel de coitadinhos e vítimas, é necessário que adotem uma postura de responsabilidades, que busquem resgatar valores que promovam a dignidade humana, a religiosidade e a construção de um futuro com mais moral e ética aos valores cristãos.
A verdadeira transformação social começa com uma reflexão profunda sobre o papel da intelectualidade e sua capacidade de transformar acontecimentos, reais ou falsos, em fatos conhecidos pela grande maioria da sociedade. O ponto final é: muitos intelectuais deveriam ter vergonha de produzir conteúdos com o mesmo roteiro de 'a ditadura militar é malvada e eu sou a vítima'.