29 maio, 2025

Astrologia 2: Signos

 Astrologia 2: Signos

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Os signos viraram o produto mais popular da astrologia. Pegaram a ideia de que os astros influenciam a vida humana e empacotaram num formato fácil de vender e de compartilhar. Afinal, ninguém quer estudar ou ler um manual as pessoas só querem algo fácil de decorar, fácil de repetir e difícil de questionar.

Aquelas frases do dia costumam vir tipo assim: “Você de signo X com ascendente em Y, hoje será um dia bom para o amor.” Parece poesia mas é um slogan, é um marketing. Atrás dessa fala toda, o que se esconde é a "indústria" do autoengano.

E muita gente compra não só o horóscopo, mas o acolhimento, a desculpinha, a sensação de que o universo está prestando atenção nela e somente NELA. A pessoa sente que é única, especial, amada pelos planetas e os planos astrais. Como se Saturno e Netuno estivessem com tempo livre pra se preocuparem com qualquer pessoa. E NÃO É HUMOR, tem gente que realmente acha isso.

E é claro que às vezes o texto do signo bate com a realidade. Mas convenhamos, com OITO BILHÕES de pessoas no mundo, qualquer descrição genérica e incrível vai servir para alguém. Isso não é misticismo, é estatística. É a mesma lógica do “você é assim, mas também é assado”. Serve pra todo mundo e no fim das contas não diz nada.

Outro uso comum da astrologia aparece na sedução. É normal ouvir mulheres (e homens) dizendo coisas como “Você é de virgem? Ah, por isso você é chato assim…” Ou “gêmeos, só podia, né?” Isso serve tanto para atrair quanto para afastar alguém. É um jeito de reduzir o outro a uma caricatura celeste e manter o controle da conversa com um ar de quem entende o cosmos e é superior por delirar dessa forma sem uso de qualquer substância química. 

Mas no fundo é só medo. Medo do real. Medo de olhar pro outro sem uma muleta, sem um mapa cósmico para justificar tudo e rotular a todos. O discurso dos signos oferece uma resposta fácil pra quem não quer fazer perguntas difíceis.

O mercado da astrologia é bom nisso, vende sentido pronto, vende conforto barato e vende destino em pílulas. Só não vende conhecimento verdadeiro. Porque conhecimento dá trabalho e implica em encarar a vida como ela é sem jogar a culpa nos planetas ou terceirizar o próprio vazio pras estrelas.

"Basta crer para ver": "quem acreditar que os astros influenciam a sua vida... sua vida vai ser influenciada pelos astros" Mas não porque os astros tenham poder, mas porque a mente humana é poderosa o bastante pra criar ilusões e viver como se fossem reais. 

A astrologia não transforma a realidade. Ela só mascara o vazio. É tudo psicológico. A realidade continua lá, intacta.

26 maio, 2025

Astrologia

Astrologia

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Muitos ainda confundem astrologia com uma forma legítima de conhecimento sobre o mundo. Ela se trata de uma pseudociência. Uma construção imaginativa que tenta desvendar ou adivinhar as mudanças terrestres mas carece de fundamentos verificáveis para comprovar que os astros possuem qualquer interferência na personalidade ou sorte da vida terrena.

A astrologia parte do pressuposto de que os astros influenciam diretamente a personalidade os eventos da vida e até o destino de cada pessoa. Mas esse fenômeno nunca foi demonstrado de forma objetiva nem submetido a critérios mínimos de validação real ou de estudos sérios científicos. É uma crença que é sustentada mais pela tradição e pelo desejo de encontrar sentido onde não há do que por qualquer fórmula racional.

Hoje isso se agrava com o mercado de charlatanismo que finge oferecer autoconhecimento a partir da astrologia. Gente que se diz especialista intérprete dos astros se aproveita da ignorância dos outros para vender diagnósticos existenciais tão vagos e vazios. A autoridade deles não vem do saber mas da encenação. São mais artistas do que estudiosos.

É preciso dizer com clareza. Não há comprovação de indique que a posição dos planetas tenha qualquer relação com os traços da personalidade ou com os acontecimentos da vida. Palavras como sorte, karma e destino viraram muletas pra não pensar. São válvulas de escape pra quem prefere respostas prontas ao trabalho de compreender de verdade o que acontece ao seu redor. Logo mais falarei sobre os signos.

19 maio, 2025

O que penso do Islã antes de conhecer

O que penso do Islã antes de conhecer

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Confesso: sei quase nada sobre o Islã.
Mas a ignorância, quando assumida e percebida, pode ser um convite ao conhecimento. Acabo de iniciar a leitura do livro "Um breve guia ilustrado para compreender o Islã", e antes de continuar minha leitura, quis registrar o que eu sei, ou penso saber, sobre essa nova visão que, apesar de distante da minha crença católica, eu tenho enorme vontade de conhecer e compreender.

Primeiro ponto que trago é a minha confusão com os termos. É Islã? Mulçumano? Tinha essa terrível dúvida e hoje o que entendo é que o Mulçumano segue a religião Islã.

Sobre Maomé, eu sei que ele foi, segundo a fé islâmica, o último profeta, quem recebeu a revelação divina que se tornou o Alcorão. Um homem tocado por Deus através de um anjo. E é nesse ponto que a história me escapa, eu não sei se ele fundou a religião, ou se apenas seguiu uma missão divina.

O Alcorão é a Palavra de Deus. Mas não faço ideia de como é lido, usado, reverenciado. Não sei se é como a Bíblia, se é recitado ou se é tocado com luvas.

Sei que existem divisões dentro da fé, como "xiitas" e "sunitas", mas não saberia explicar a diferença nem com um mapa. Para mim, é um conflito interno deles e que vi uma ou outra pessoa falar sobre.

E os muçulmanos? Sempre os vi como crentes de um Deus único, parecido com o meu Deus Cristão. Mas a imagem que tenho foi moldada por filmes, manchetes e guerras... vejo-os como combatentes, como pessoas que lutam em nome de Deus e são inimigas dos templários e da Igreja Católica. Mas talvez nem seja isso, talvez só o recorte que o mundo moderno e globalizado escolheu me mostrar.

Sobre as práticas, rituais e símbolos? Nada sei. Tudo está em branco na minha mente. E sobre Deus (Alá) não sei se é justo, se é misericordioso ou se é próximo.

Entro nesse estudo como alguém que procura entender a alma de uma fé. Me interessa a espiritualidade no geral. Não só do Islã, mas de todas as religiões possíveis do mundo. Mas como o muçulmano se encontra com Deus? Como vive sua fé em um mundo cada vez mais anti-religião? Como lida com a política, com o poder e com o sacrifício?

Essas são algumas de minhas dúvidas. Espero ter respostas sobre o assunto.

Por enquanto, este é só o começo. "Reconhecer a própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria.

Referências

  • IBRAHIM, I. A. Um breve guia ilustrado para compreender o Islã. Tradução de Maria Christina da S. Moreira. Houston, Texas: Darussalam.

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