26 agosto, 2025

As leis dos homens

As leis dos homens

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Todas as leis criadas pelos homens podem ser revogadas e desconsideradas com uma simples canetada. Já a lei da natureza não conhece revogação.

A lei humana é relativa. Ela muda de acordo com o tempo, o lugar e quem detém o poder de decidir. O que hoje é permitido, amanhã pode ser proibido.

A lei da natureza, ao contrário, é absoluta. Podemos tentar ignorá-la, mas jamais evitá-la. Se alguém se lançar de um prédio, não importa a ideologia, a crença ou a jurisprudência: a gravidade será implacável.

Sempre que o homem cria leis que entram em conflito com a natureza, cedo ou tarde a realidade cobra o preço. Na economia, por exemplo, governos que imprimem dinheiro sem lastro acabam enfrentando inflação descontrolada. Nas sociedades, normas que tentam proibir ou estimular certos comportamentos biológicos geram consequências naturais, como aumento de doenças, degradação ambiental ou até colapso social. No campo moral, negar as consequências de mentir, roubar ou destruir não impede que a culpa, a perda de confiança e o caos surjam.

O mesmo acontece com a questão ambiental. Leis que ignoram os ciclos da água, do solo e da flora, ou políticas que incentivam o desmatamento desenfreado, elas inevitavelmente resultam em enchentes, erosão e perda da biodiversidade. A natureza não negocia, ela não barganha e não se curva a interesses humanos. Ela apenas reage.

Aristóteles já falava que “a natureza não faz nada em vão”, mostrando que tudo no mundo natural tem um propósito e consequências reais. Isaac Newton reforça esse ponto ao afirmar que “para cada ação existe sempre uma reação igual e contrária”, destacando que as leis físicas não se dobram à vontade do homem. Benjamin Franklin também destacava que: “Aqueles que podem abrir mão da liberdade essencial por uma pequena segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”, apontando os limites das legislações humanas que desconsideram princípios naturais e sociais do ser humano.

A lei da natureza não precisa de julgamento ou aceitação para ser cumprida, ela vai ser cumprida. O homem pode escrever leis e códigos inteiros tentando negá-la, mas no fim ela sempre prevalece. A natureza não vota, ela não é democrática. Ela simplesmente é.


Referências

  • ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985.
  • NEWTON, Isaac. Princípios Matemáticos da Filosofia Natural. Tradução de José Anastácio da Cunha. Lisboa, 1790.
  • FRANKLIN, Benjamin. Citação conhecida.

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