27 agosto, 2025

O que penso do Islã depois de conhecer

O que penso do Islã depois de conhecer

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Quando escrevi meu primeiro artigo, admiti que sabia quase nada sobre o Islã. Eu carregava apenas dúvidas, impressões soltas e imagens formadas por filmes e notícias. Depois da leitura de "Um breve guia ilustrado para compreender o Islã", percebi o quanto mudei e quanta coisa eu descobri.

Antes eu via Muhammad como o fundador de uma religião. Hoje eu entendo que, para o Islã, ele não é um criador de fé, mas o último profeta, alguém que recebeu e transmitiu a grande revelação final. Ele está na mesma linha ou estante espiritual de Abraão, Moisés e Jesus.

Antes eu pensava no Alcorão como a “Bíblia dos muçulmanos”. Agora sei que, para eles, ela é a própria palavra de Deus, revelada em árabe, recitada e memorizada. Não é apenas um livro, mas uma presença viva na fé tradicional.

O islamismo se mostrou para mim como uma religião firme, mas não punitiva. O muçulmano vive com limites claros sobre o que pode, não pode e o que não deve fazer. A mulher ocupa um lugar de respeito, cuidado e valorização. Já os homens assumem a defesa da fé como um propósito de vida. A tradição é algo essencial para eles, transmitida de geração em geração.

Sobre Jesus, aprendi que o Islã o reconhece como profeta, nascido de uma virgem, autor de milagres, mas não como Filho de Deus. Para o cristão, é justamente aqui que começam as diferenças e divergências de compreensão. Mesmo assim, existe um ponto de respeito: tanto cristãos quanto muçulmanos creem que Jesus foi enviado por Deus e que Ele voltará.

"Reconhecer a ignorância é o primeiro passo para a sabedoria."


Referências
  • IBRAHIM, I. A. Um breve guia ilustrado para compreender o Islã. Tradução de Maria Christina da S. Moreira. Houston, Texas: Darussalam.

26 agosto, 2025

As leis dos homens

As leis dos homens

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

Todas as leis criadas pelos homens podem ser revogadas e desconsideradas com uma simples canetada. Já a lei da natureza não conhece revogação.

A lei humana é relativa. Ela muda de acordo com o tempo, o lugar e quem detém o poder de decidir. O que hoje é permitido, amanhã pode ser proibido.

A lei da natureza, ao contrário, é absoluta. Podemos tentar ignorá-la, mas jamais evitá-la. Se alguém se lançar de um prédio, não importa a ideologia, a crença ou a jurisprudência: a gravidade será implacável.

Sempre que o homem cria leis que entram em conflito com a natureza, cedo ou tarde a realidade cobra o preço. Na economia, por exemplo, governos que imprimem dinheiro sem lastro acabam enfrentando inflação descontrolada. Nas sociedades, normas que tentam proibir ou estimular certos comportamentos biológicos geram consequências naturais, como aumento de doenças, degradação ambiental ou até colapso social. No campo moral, negar as consequências de mentir, roubar ou destruir não impede que a culpa, a perda de confiança e o caos surjam.

O mesmo acontece com a questão ambiental. Leis que ignoram os ciclos da água, do solo e da flora, ou políticas que incentivam o desmatamento desenfreado, elas inevitavelmente resultam em enchentes, erosão e perda da biodiversidade. A natureza não negocia, ela não barganha e não se curva a interesses humanos. Ela apenas reage.

Aristóteles já falava que “a natureza não faz nada em vão”, mostrando que tudo no mundo natural tem um propósito e consequências reais. Isaac Newton reforça esse ponto ao afirmar que “para cada ação existe sempre uma reação igual e contrária”, destacando que as leis físicas não se dobram à vontade do homem. Benjamin Franklin também destacava que: “Aqueles que podem abrir mão da liberdade essencial por uma pequena segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”, apontando os limites das legislações humanas que desconsideram princípios naturais e sociais do ser humano.

A lei da natureza não precisa de julgamento ou aceitação para ser cumprida, ela vai ser cumprida. O homem pode escrever leis e códigos inteiros tentando negá-la, mas no fim ela sempre prevalece. A natureza não vota, ela não é democrática. Ela simplesmente é.


Referências

  • ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985.
  • NEWTON, Isaac. Princípios Matemáticos da Filosofia Natural. Tradução de José Anastácio da Cunha. Lisboa, 1790.
  • FRANKLIN, Benjamin. Citação conhecida.

19 agosto, 2025

O Capitalismo Sem Alma - EUA

O Capitalismo Sem Alma - EUA

Autor: João Americano (João Felipe C. S.)

O capitalismo funcionou nos Estados Unidos quando esteve ligado a algo maior: a fé religiosa e o desejo de conquista, aventura e expansão. Não era apenas um sistema econômico, era também um modo de viver voltado para algo mais humano, mais amplo que o simples acúmulo de dinheiro.

Quando esses valores se enfraqueceram, sobrou apenas o vazio capitalista do dinheiro. Hoje, poucos capitalistas têm algum sentido maior a seguir. O sistema, sem norte espiritual ou cultural, se transformou em um mecanismo que se basta a si mesmo, vivendo de sua própria repetição de gerar dinheiro e consumo.

Disso nasceu um novo perfil humano: o dependente de ordens, acomodado, sustentado pelas garantias mínimas oferecidas pelo Estado. Essa fusão entre Estado e corporações deu força a monopólios e ao sufocamento da vida comum. O que temos agora é um capitalismo de lobby, sem qualquer aventura, sem grandeza e sem alma.

Nesse cenário, surgem três tipos de outsiders:

O Fracassado: fraco, incapaz de jogar o jogo da vida e que vive seguindo ordens.
O Gênio: verdadeiro outsider, que enfrenta a rejeição e conquista aquilo que deseja. Ele desdobra em estudos e vê o que ninguém quer ver. O verdadeiro OUTSIDER.
O Militante: um guerreiro sem alma que segue como o fracassado, mas com a coragem cega de enfrentar como o gênio.

Hoje existe até um prestígio em ser outsider, mas poucos realmente o são. O capitalismo moderno é tão filantrópico na aparência que nenhum capitalista se coloca, de fato, contra o socialismo. São, em maioria, aproveitadores, burocratas de terno, desalmados e ratos.

O capitalismo deu certo quando tinha um sentido maior de humanidade. Sem ele, não passa de um mecanismo frio, incapaz de inspirar grandeza ou dignidade.

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